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Desemprego recua em seis regiões do país
Apesar da perda de postos de trabalho no fim do ano passado, a taxa de desemprego recuou de 15,5% para 14,1% em 2008 em seis regiões metropolitanas
VERENA FORNETTI
Apesar da perda de postos de trabalho no fim do ano passado, a taxa de desemprego recuou de 15,5% para 14,1% em 2008 em seis regiões metropolitanas, segundo o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos) e a Fundação Seade. Foi a menor taxa desde 1998.
Na região metropolitana de São Paulo, o desemprego caiu pelo quinto ano seguido. Em 2008, a taxa passou dos 14,8% no ano anterior para 13,4% -melhor resultado desde 1999. Em dezembro, a taxa foi de 12,7% na região, a menor desde janeiro de 1998. A região, porém, teve a menor expansão no rendimento médio dos ocupados no país no ano passado.
A indústria paulista atingiu um crescimento de 5,2% no número do pessoal ocupado no ano, quando gerou 85 mil vagas. Em dezembro, entretanto, a indústria na região eliminou 28 mil postos.
Com os efeitos da crise, no último mês do ano passado a geração de postos de trabalho também perdeu dinamismo nas outras regiões. O crescimento da taxa de ocupação em dezembro ante novembro representa um quarto do registrado nos mesmos meses de 2007. O avanço no mês passado foi de 0,8% ante 0,2% no período anterior.
Nova fase
"Dezembro aparentemente encerra a fase descendente das taxas de desemprego que observamos desde 2004", disse Alexandre Loloian, coordenador de análise da pesquisa Seade/Dieese.
Os empregos sem carteira assinada cresceram na média das seis regiões metropolitanas. As vagas informais avançaram 4,4% nessas regiões de janeiro a dezembro ante igual período de 2007. Em São Paulo, o incremento na ocupação informal foi de 6,2% no acumulado do ano, ante queda de 2,9% em 2007.
Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Dieese, explica que a queda na taxa de desemprego verificada no ano passado está apoiada no crescimento expressivo da economia em 2008. Segundo projeções do instituto, 2009 tem condições de manter certa estabilidade no emprego se a economia avançar entre 3% e 3,5%. "No primeiro trimestre, é comum haver alta na taxa de desemprego. Nos próximos meses, pode haver mais demissões, refletindo os efeitos da crise", diz.
Lúcio afirma que a retração na indústria que ocorreu no fim do ano pode se repetir no comércio e nos serviços nos próximos meses.